
Reprodução: Tasuku Honjo e James P. Allison – Foto: Ryosuke Ozawa/Kyodo News via AP / Foto: Christoph Schmidt/dpa via AP
Foi anunciado nesta segunda-feira (01) os vencedores do Prêmio Nobel de Medicina 2018: o imunologista americano James P. Allison (70) e o imunologista japonês Tasuku Honjo (76).
A dupla desenvolveu separadamente, pesquisas sobre duas proteínas que são produzidas por tumores — a CTLA-4 e a PD-1 — e que paralisam o linfócito T, que é a célula mais importante do sistema imunológico que ataca o tumor.
Segundo o oncologista Fernando Maluf, diretor associado do Centro de Oncologia da Beneficência Portuguesa de São Paulo, as drogas pesquisadas retiram esse bloqueio, recuperando o poder de ataque dos linfócitos que estavam paralisados por essas proteínas.
Maluf ainda explica que esse tipo de tratamento – a imunoterapia – já é realizada no Brasil em pacientes em estágio avançado da doença, e que não obtiveram resultados com o tratamento convencional, e estão associadas ao ganho de sobrevida em pacientes com melanoma, câncer de pulmão, de bexiga, de rim, de cabeça e pescoço, linfoma, tumores intestinais, de fígado, e gástricos também.
Com as descobertas de James P. Allison e Tasuku Honjo, que irão dividir o prêmio de 9 milhões de coroas suecas, cerca de R$ 4.098.402, a Academia sueca considerou um marco no combate à doença, pois diversos cientistas ainda tentavam acionar o sistema imune para lutar contra o câncer há mais de 100 anos.